Enquanto escrevo estas linhas certamente vários Fulbrighters no Brasil estão a mil por hora com os preparativos para concretizar seu tempo de estudos no exterior. É um período de muita dedicação, responsabilidade, tensão, ansiedade e expectativa. Nem sempre todos ao nosso redor compreendem tudo o que está em jogo – e isso é normal. Então, bom demais é quando a gente começa entrar em contato com outros Fulbrighters na mesma situação e, claro, muito dispostos a conversar a respeito.
Confraternização - Pre-Departure Orientation - São Paulo, julho 2016
A notícia boa é que essa rede de apoio tem tudo para aumentar após a chegada nos Estados Unidos. Neste post, a partir da minha experiência em Nova York, quero reunir algumas dicas sobre canais que o Programa Fulbright oferta para fomentar conexões entre seus bolsistas. A ideia disso tudo não é apenas estreitar vínculos acadêmicos entre profissionais de diferentes áreas do conhecimento, mas promover o encontro entre culturas e entre pessoas.
Uma primeira dica é procurar, na cidade onde você estiver, uma associação de alumni do Programa Fulbright – isso se eles não te acharem primeiro! Essas entidades promovem eventos culturais e acadêmicos dos mais diversos, onde Fulbrighters veteranos e novatos se encontram para trocar experiências, bem como aproveitar coisas bacanas que uma cidade pode oferecer.
Aqui em Nova York, por exemplo, tive a oportunidade de apresentar um pouco da minha pesquisa em um Open Salon promovido pela associação de alumni, junto de duas outras Fulbrighters: uma antropóloga visitante da Índia e uma artista plástica dos Estados Unidos, que tinha feito seu intercâmbio na Itália. Nesse tipo de evento, a galera comparece para debater e confraternizar, em meio à gente interessante, vinho e snacks.
Ao chegar nos Estados Unidos, a relação institucional com a Comissão Fulbright Brasil se insere num novo escopo: aqui os bolsistas são apresentados ao IIE - Institute of International Education, do qual o Programa Fulbright faz parte. A sede do IIE fica em Nova York e nela existe um escritório de eventos culturais, que recebe tickets de uma série de espetáculos em cartaz na cidade, para serem distribuídos gratuitamente entre os bolsistas.
Assim, se você está em Nova York e redondezas, basta preencher um cadastro e, pronto, você começa a receber e-mails com as oportunidades culturais, que quase sempre contemplam o bolsista e um ou dois convidados. Bem, nesses eventos, nem é preciso dizer que você cruzará com muitos outros Fulbrighters do mundo todo.
Ainda em Nova York e proximidades, o Programa Fulbright possui uma organização parceira chamada One to World, cuja tarefa é, basicamente, não permitir que nenhum Fulbrighter fique sozinho! Além de eventos culturais, gastronômicos e profissionais, essa entidade proporciona várias oportunidades de serviços comunitários e de excursões para outras cidades. Tudo isso é ofertado gratuitamente ou a preços módicos.
Por intermédio dessa organização, por exemplo, tive a chance de ir, com um grande grupo de Fulbrighters à MET Opera, assistir a uma montagem moderna do espetáculo “La Traviata”, de Verdi. Depois, seguimos para um almoço num restaurante chinês que, em duas mesas, reuniu Fulbrighters do Brasil, do Egito, da Indonésia, da Polônia, da Rússia, da Itália, da Holanda e de outros países que minha memória não consegue dar conta agora, porque, sim, é muita gente de toda parte.
Estou quase no fim da minha experiência e tenho certeza: ganhei conhecimento, melhorei meu inglês, vivenciei o dia a dia de uma cidade incrível e conheci pessoas que, cada qual com sua história e seus desafios para estar aqui, tornaram essa jornada nada solitária e, sobretudo, inspiradora para o que virá depois.
National Center for Civil and Human Rights - March 2017 Atlanta Fulbright Enrichment Seminar
Juliana, muito legal seu texto. Obrigada por compartilhar suas experiências. Tenho interesse em tentar uma bolsa no próximo edital da fulbright mas fico temerosa em relação ao montante da bolsa: o valor é suficiente? É necessário um complemento? Os alugueis em Nova York são muito caros? Se você pudesse falar um pouco sobre isso em seus próximos posts, eu agradeceria.
ResponderExcluirObrigada Natália! A partir deste ano o edital de doutorado sanduíche da Fulbright mudou um tanto, porque a Capes não está mais como parceira. Neste novo edital o valor das bolsas é proporcionado de acordo com o custo de vida da cidade onde o bolsista morará. A Fulbright é bastante ponderada nesses cálculos, pode confiar. No caso do meu edital, sim, o valor foi suficiente pras despesas mensais - mesmo em NYC com o metro quadrado mais caro do mundo hehehe Uma vez aprovada no edital, tu entras em contato com vários outros bolsistas que podem ajudar com canais de melhor custo/benefício pra moradia. E minha dica maior pra fazer a grana render: preparar sua comida em casa sempre que possível :)
ResponderExcluirJuliana, muito obrigada!
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