por Larissa Basso
A decisão de tentar o doutorado sanduíche é sempre
cheia de expectativas. Por experiência própria e relatos de colegas, percebo
que estão sempre presentes os objetivos de ampliar os horizontes da pesquisa em
que estamos imersos e de ter acesso a recursos que talvez tenhamos dificuldades
de obter no Brasil, como laboratórios e bibliotecas mais completas. A vivência da
pesquisa no exterior pode ser, de fato, muito enriquecedora; mas, para isso, é
importante refletir sobre a escolha da universidade de destino.
A variedade de centros de pesquisa nos EUA é grande.
Universidades, por definição, oferecem graduação e pós-graduação; se o foco é
apenas graduação, é um college. Entre
as universidades, há as mundialmente conhecidas, tanto por sua excelência
acadêmica e pela alta tuition cobrada
dos alunos (inclusive de bolsistas sanduíche). Muitos estados, como a
California, têm sistemas estaduais de universidades, financiadas por uma
mistura de fundos privados e públicos (e nesse caso você, como pesquisador
visitante, pode conseguir isenção da tuition).
Dentro das universidades, é muito comum encontrar diferentes centros de
pesquisa dedicados a temáticas mais específica, e eles podem estar em um departamento
(por exemplo, um centro para direitos humanos dentro da faculdade de direito)
ou ser interdisciplinares. Esses centros podem inclusive ter financiamento próprio,
conseguido a partir de grants ou
doações. Nas áreas de tecnologia, são comuns as parcerias entre universidade e
empresas.
Diante de tanta variedade, como decidir para onde ir? Eu
sugiro focar em duas variáveis: presença de centros de pesquisa focados no tema
de sua pesquisa e perfil do/a potencial advisor
americano/a.
Se você encontrar um centro de pesquisa em que seu
tema é trabalhado, a chance de encontrar uma biblioteca mais focada e
atualizada é grande. Além disso, você terá possibilidade de estabelecer diálogo
com outros pesquisadores envolvidos com a mesma temática, e de participar de
eventos, como palestras e seminários (corriqueiros ao longo do ano acadêmico
americano), relacionados com sua pesquisa. Nesses centros aumenta sua chance de
encontrar seu/sua potencial advisor
americano/a, a pessoa que estará interessada em o/a receber nos EUA e dará
apoio acadêmico durante toda a sua estada.
Não há método padrão para conseguir um/a potencial advisor. Há colegas que fizeram o
primeiro contato por meio do/a orientador/a no Brasil, que já conhecia o/a
professor/a americano/a. Outros enviaram uma mensagem direta demonstrando
interesse na pesquisa desenvolvida e foram aceitos. Outra opção é aproveitar
conferências ou congressos para se aproximar e comentar seu interesse. Em geral
você recebe uma resposta rápida e direta sobre a possibilidade de ser
recebido/a. E quanto antes começar a estabelecer o contato, melhor, tanto para
ter tempo para trabalhar no projeto a ser desenvolvido durante sua estada nos
EUA como para ter tempo de contatar uma outra pessoa, caso a primeira não o/a
possa receber.
Por
fim, se você puder contatar outro/as doutorando/as que trabalham no centro de
pesquisa de seu interesse e/ou com seu/sua potencial advisor, contate! É uma excelente estratégia para obter informações
mais precisas sobre seu futuro ambiente de trabalho.
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