quinta-feira, 8 de junho de 2017

Enrichment Seminar 2016-2017

Fulbrighters do Brasil e Espanha no National Center for Civil and Human Rights
O Enrichment Seminar é organizado pelo U.S. Department of State's Bureau of Educational an Cultural Affais (ECA) como parte do Programa Fulbright. Todos os anos são organizados seminários em diferentes cidades dos Estados Unidos com diferentes temas. 

O objetivo dessas atividades é possibilitar que os estudantes conheçam um pouco mais sobre alguma temática que permeia a história dos Estados Unidos, para encontrar outros estudantes e também para proporcionar o entendimento mútuo entre as pessoas dos Estados Unidos e de outros países.

Meses antes dos seminários, os estudantes no primeiro ano de seus programas recebem um e-mail/ convite para se inscreverem para participarem do evento. Para o seminário 2016-2017 havia 1350 vagas divididas em 11 seminários, entretanto, foram convidados em média 1700 Fulbrighters.

Os seguintes temas foram abordados nos 11 seminários deste ano: Entrepreneurship and innovation; Civil rights in the US; Civil society and community action; Federalism in the US; Global health innovations; Educational justice; Environmental and climate sciences; From lab to market: tech transfer.

Um mês após me inscrever, recebi um e-mail convite para participar do seminário em Atlanta, GA  sobre Direitos Civis nos Estados Unidos. Como em todas as outras situações, recebemos todas as orientações necessárias para nos inscrevermos no seminários, reservarmos as passagens aéreas, para a chegada na cidades e a programação do evento.

Think Tank Session on Civil Rights
Para mim o seminário começou no caminho para o aeroporto de Seattle, WA onde estou desenvolvendo minha pesquisa. Por meio do aplicativo do evento, Aida Joaquin, Fulbighter da Espanha, conseguiu o meu telefone e combinamos nossa ida para o aeroporto, já que estaríamos no mesmo vôo. Estávamos em Seattle há 5 meses e ainda não havíamos nos encontrado. Chegnado ao aeroporto de Atlanta encontramos alguns colegas Fulbrighters brasileiros e seguimos para o hotel.

Esse é um simples exemplo do que o evento nos proporciona, conhecer pessoas dos mais diversos lugares, formar redes de contatos, aprender sobre uma temática interessante, conhecer outras culturas e fazer amizades. Durante os três dias de seminário tivemos várias oportunidades de interagir com Fulbrighters que compartilham de sonhos parecidos, que estão em busca de conhecimento e almejam algo especial para seus países. Estudantes idealistas que estão tendo a experiência de viver nos Estados Unidos e conhecer essa cultura tão rica.


Discutir direitos civis em Atlanta foi especial. Imaginar todas as grandes conquistas em termos de direitos civis que vieram de lá deram um toque especial ao evento. Visitar os museus que contam essa história, conhecer a região onde vivieu Martin Luther King e imaginar toda a luta por traz dessa história despertou em mim um sentimento de gratidão e o desejo de lutar pelo que eu acredito no meu próprio país, por causas do tempo em que vivemos hoje.

Dr. Martin Luther King, Jr. National Historic Site
Entre palestras, jantares, voluntariado, o momento mais marcante para mim foi o "Home Hospitality Dinner". Residentes da cidade abriram suas casas e receberam pequenos grupos de Fulbrighters para um jantar em suas casas. Joe Beasley nos recebeu em sua casa e com ele estavam vários amigos que trabalham ou contribuem para a Joe Beasley Foundation que tem como objetivo servir como uma organização humanitária que melhora a qualidade de vida pelo mundo através de parcerias profissionais, colaborativas e estratégicas.

Tivemos a oportunidade de conhecer várias pessoas envolvidas com direitos civis. Entre essas pessoas, um bibliotecário recém aposentado de anos de trabalho na Library of Congress o que me deixou muito surpresa já que eu também sou bibliotecária. A história do senhor Beasley está totalmente ligada à história da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, ele nos contou histórias sobre as diversas manifestações ao lado de Martin Luther King. O Senhor Beasley também contou-nos histórias de suas viagens ao Brasil, Nigéria, Vietnã, Gana, Paquistão, pois, entre os alunos convidados para o jantar estavam representantes desses países. 

Home Hospitality Dinner
O Enrichment Seminar é sem dúvidas uma oportundiade de crescimento profissional e pessoal, de exercício da empatia e curiosidade. Além de reencontrar meus colegas brasileiros conheci pessoas maravilhosas e compartilhar de momentos únicos. Aos Fulbrighters que estão embarcando nessa aventura nos próximos meses só tenho uma sugestão, não deixem essa oportunidade passar.

Fulbrighters Brasil na Roda Gigante

segunda-feira, 22 de maio de 2017

O impacto do programa Fulbright: uma escolha acadêmica, mas com consequências que vão muito além

Gateway orientation em Miami

Quando eu escolhi me candidatar para a bolsa de doutorado sanduíche da Fulbright em parceria com a CAPES minha motivação era essencialmente acadêmica. A principio eu não conhecia a Fulbright como um dos mais antigos e prestigiados programas da diplomacia Americana e tampouco tinha uma afinidade cultural em particular com o país do Tio Sam ou um grande sonho de conhecer o território. O valor da bolsa era interessante, os Estados Unidos são um país de referência no meu campo de estudos – que é a Ciência Politica - e eu preenchia todos os requisitos solicitados para participar do processo seletivo. Imagino que muitos candidatos possuam essa motivação principal, o que é perfeitamente normal e compreensível.

Treinamento dos "Global Guiders", participantes do programa Global Classroom


Agora, ao final do meu programa, tenho a convicção de que uma experiência enquanto Fulbrighter vai muito além da academia, mesmo que sua escolha inicialmente se baseie nesse critério. Pode parecer clichê ou mesmo propagandístico, mas eu voltarei para casa muito mais madura. Não só no que se refere a minha pesquisa de doutorado (aprendi muito e também passei por muitos desafios!) – que na verdade acho que muitos Fulbrighters retornam com o desejo de terem avançado ainda mais nesse ponto – mas principalmente voltarei mais madura em termos da minha vida pessoal, dos meus planos e ações para o futuro.

Encontro com o proprietário da empresa financeira Lion Point


Através da Fulbright participei de vários eventos além da academia, muitos deles sem nenhuma conexão direta com o meu tema de pesquisa. E isso foi muito bom! A Fulbright designa organizações regionais (Fulbright chapters) responsáveis por organizar atividades e fornecer apoio aos intercambistas. Muitas atividades em que participei foram organizadas por essa associação, que na região de Nova York chama-se One to World. Alguns dos exemplos de atividades em que participei foram: conversas com personalidades importantes (um conselheiro sênior da Morgan Stanley, um ex-congressista americano e uma presidente de uma das maiores empresas de comunicação e marketing – a Edelman), momentos casuais de intercâmbio cultural com uma família americana, durante a celebração do Thanksgiving; e (meu preferido!) conduzi alguns workshops sobre minha cultura e sobre temas internacionais em escolhas publicas de Nova York! Realmente inesquecível! Esse programa se chama Global Classroom e permite que os bolsistas da Fulbright entrem na sala de aula e estabeleçam uma conexão única com os alunos locais através de discussões sobre temas globais, como o meio ambiente, os direitos das mulheres ou conflitos. 

Global Classroom no Brooklyn


Além disso tudo, o Instituto de Educação Internacional, que administra a Fulbright, organiza alguns eventos ao longo do ano para promover o networking entre os Fulbrighters e ampliar nosso contato com a cultura americana, através de trabalho voluntário, visitas a outras cidades e discussões sobre temas relevantes na sociedade dos EUA. Eu participei do Gateway, uma orientação precedente ao inicio do meu intercâmbio, que foi em Miami. E também do Enrichment Seminar, um seminário temático com uma agenda completa e dinâmica, trocas com outros Fulbrighters e visitas, que aconteceu mais ao final do meu período de intercâmbio.

Enrichment Seminar em Washington, DC 



Tudo isso para dizer que, se eu escolhi a Fulbright por motivos acadêmicos, voltarei ao Brasil com experiências ricas e diversas que vão muito além da minha pesquisa e que me abriram horizontes novos, tanto para a minha carreira quanto para minha vida pessoal, em relação ao papel que eu quero desempenhar na nossa sociedade. Vou voltar motivada e segura de que estou fazendo um bom trabalho, de que estou no caminho certo e, o mais importante, que nem tudo o que você faz tem que ser sua pesquisa! As experiências que vivi nos Estados Unidos através da Fulbright abriram minha cabeça e me fizeram ter outra interpretação sobre liderança, sobre ação e impacto na sociedade civil e também uma visão muito mais critica e autônoma sobre o mundo. A Fulbright nos conecta com muitas pessoas brilhantes, especiais e importante ao redor do globo. Também nos faz compreender que temos um papel em nossas comunidades muito maior do que nossa pesquisa pode sugerir. Para mim foi uma experiência de muito aprendizado, conexões, reflexões e criticas. Mas, principalmente, de amadurecimento, responsabilidade, ambições e sonhos. Estou retornando, mas para mim é apenas o começo! 

sábado, 20 de maio de 2017

Sempre tem um Fulbrighter perto de você

Enquanto escrevo estas linhas certamente vários Fulbrighters no Brasil estão a mil por hora com os preparativos para concretizar seu tempo de estudos no exterior. É um período de muita dedicação, responsabilidade, tensão, ansiedade e expectativa. Nem sempre todos ao nosso redor compreendem tudo o que está em jogo –  e isso é normal. Então, bom demais é quando a gente começa entrar em contato com outros Fulbrighters na mesma situação e, claro, muito dispostos a conversar a respeito.


Confraternização - Pre-Departure Orientation -  São Paulo, julho 2016

A notícia boa é que essa rede de apoio tem tudo para aumentar após a chegada nos Estados Unidos. Neste post, a partir da minha experiência em Nova York, quero reunir algumas dicas sobre canais que o Programa Fulbright oferta para fomentar conexões entre seus bolsistas. A ideia disso tudo não é apenas estreitar vínculos acadêmicos entre profissionais de diferentes áreas do conhecimento, mas promover o encontro entre culturas e entre pessoas. 

Uma primeira dica é procurar, na cidade onde você estiver, uma associação de alumni do Programa Fulbright – isso se eles não te acharem primeiro! Essas entidades promovem eventos culturais e acadêmicos dos mais diversos, onde Fulbrighters veteranos e novatos se encontram para trocar experiências, bem como aproveitar coisas bacanas que uma cidade pode oferecer. 

Aqui em Nova York, por exemplo, tive a oportunidade de apresentar um pouco da minha pesquisa em um Open Salon promovido pela associação de alumni, junto de duas outras Fulbrighters: uma antropóloga visitante da Índia e uma artista plástica dos Estados Unidos, que tinha feito seu intercâmbio na Itália. Nesse tipo de evento, a galera comparece para debater e confraternizar, em meio à gente interessante, vinho e snacks. 



Ao chegar nos Estados Unidos, a relação institucional com a Comissão Fulbright Brasil se insere num novo escopo: aqui os bolsistas são apresentados ao IIE - Institute of International Education, do qual o Programa Fulbright faz parte. A sede do IIE fica em Nova York e nela existe um escritório de eventos culturais, que recebe tickets de uma série de espetáculos em cartaz na cidade, para serem distribuídos gratuitamente entre os bolsistas. 

Assim, se você está em Nova York e redondezas, basta preencher um cadastro e, pronto, você começa a receber e-mails com as oportunidades culturais, que quase sempre contemplam o bolsista e um ou dois convidados. Bem, nesses eventos, nem é preciso dizer que você cruzará com muitos outros Fulbrighters do mundo todo. 

Ainda em Nova York e proximidades, o Programa Fulbright possui uma organização parceira chamada One to World, cuja tarefa é, basicamente, não permitir que nenhum Fulbrighter fique sozinho! Além de eventos culturais, gastronômicos e profissionais, essa entidade proporciona várias oportunidades de serviços comunitários e de excursões para outras cidades. Tudo isso é ofertado gratuitamente ou a preços módicos. 

Por intermédio dessa organização, por exemplo, tive a chance de ir, com um grande grupo de Fulbrighters à MET Opera, assistir a uma montagem moderna do espetáculo “La Traviata”, de Verdi. Depois, seguimos para um almoço num restaurante chinês que, em duas mesas, reuniu Fulbrighters do Brasil, do Egito, da Indonésia, da Polônia, da Rússia, da Itália, da Holanda e de outros países que minha memória não consegue dar conta agora, porque, sim, é muita gente de toda parte. 



Estou quase no fim da minha experiência e tenho certeza: ganhei conhecimento, melhorei meu inglês, vivenciei o dia a dia de uma cidade incrível e conheci pessoas que, cada qual com sua história e seus desafios para estar aqui, tornaram essa jornada nada solitária e, sobretudo, inspiradora para o que virá depois. 


National Center for Civil and Human Rights - March 2017 Atlanta Fulbright Enrichment Seminar

sábado, 8 de abril de 2017

Formulário Médico - Department of State Academic Exchanges


Um dos documentos principais que o bolsista precisa submeter após ser aceito para o Programa Fulbright, é o formulário médico. Um documento de oito páginas que pode ser assustador a primeira vista.

A busca por um médico para preenchê-lo pode ser estressante se você não atentar para alguns detalhes. Inicialmente, eu solicitei o preenchimento para uma especialista, entretanto, ela me orientou a buscar um outro médico. Por isso, a minha sugestão é procurar por um clínico geral e antes da consulta questionar se o preenchimento desse tipo de formulário faz parte das suas atividades. Dessa forma, você não correrá o risco de pagar por uma consulta e sair sem o documento que você precisa.

Algumas informações sobre vacinas são solicitadas no seu formulário. Portanto, quando for consultar o médico, não esqueça de levar sua carteira de vacinas e estar preparado para ir ao Posto de Saúde caso você precise tomar o reforço de alguma vacina ou que você não tenha tomado ainda. Vale lembrar que dependendo da vacina, ela não é distribuída pela rede pública e você precisará buscar em uma clínica médica e pagar por ela.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Community service in the US: among the greatest experiences of my stay


Community service has been one of the greatest experiences of my stay in the US. UC San Diego has tradition in community involvement: an office is in place to connect those eager to serve the community and institutions in need of help. Throughout the year, it promotes different activities to integrate the university with the San Diegan community. So far, I had the opportunity to join as a volunteer in two occasions: working on behalf of the Oneanta Elementary School and of the San Diego Food Bank.
Last January 16 the US celebrated the Martin Luther King Jr Day. A holiday observed in memory of a leader of the civil rights movement, it is celebrated in many parts of the country as a Day of Service: people get involved in different activities to help their communities. At UC San Diego, volunteers were called to work on behalf of the Oneonta Elementary School. The school is located in Imperial Beach and has 563 students; 80% of them receive their meals free or with reduced cost (a measure to allow that all students eat properly even when their families cannot afford the full costs of meals). Teachers and students of the school joined the UC San Diego crowd in the service.

Several activities were developed by the volunteers: gardening; wall painting; fixing sports facilities; fixing the fence around the school; organizing books in the school library; organizing school files; fixing computer malfunctions. Volunteers were randomly divided in groups for each task and the school crowd oversaw the works, making sure that all was done right.

On February 11 it was time to help the San Diego Food Bank. It is the largest hunger relief organization in the San Diego county. The bank collects donations from all over the county and distributes them to those in need, sometimes through the help of other institutions. It receives hundreds of tons of food every month and delivers them to more than 200 thousand people. The staff is small, so volunteers are needed to help sorting all the items and packing them in the boxes that will go to the beneficiaries.

Taking part in community service has been great. It is an opportunity to meet UC San Diego members that I would not meet on a daily basis: students and Faculty from other departments, staff and their families. It is nice to see professors, students, staff and their families working side-by-side to help other people. It is so interesting to meet people from so many nationalities and backgrounds and learn more about each other. And the greatest lesson is that although we come from different parts of the world, we are all willing to work to make it better.