quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A escolha da universidade e do/a advisor nos EUA


A decisão de tentar o doutorado sanduíche é sempre cheia de expectativas. Por experiência própria e relatos de colegas, percebo que estão sempre presentes os objetivos de ampliar os horizontes da pesquisa em que estamos imersos e de ter acesso a recursos que talvez tenhamos dificuldades de obter no Brasil, como laboratórios e bibliotecas mais completas. A vivência da pesquisa no exterior pode ser, de fato, muito enriquecedora; mas, para isso, é importante refletir sobre a escolha da universidade de destino.

A variedade de centros de pesquisa nos EUA é grande. Universidades, por definição, oferecem graduação e pós-graduação; se o foco é apenas graduação, é um college. Entre as universidades, há as mundialmente conhecidas, tanto por sua excelência acadêmica e pela alta tuition cobrada dos alunos (inclusive de bolsistas sanduíche). Muitos estados, como a California, têm sistemas estaduais de universidades, financiadas por uma mistura de fundos privados e públicos (e nesse caso você, como pesquisador visitante, pode conseguir isenção da tuition). Dentro das universidades, é muito comum encontrar diferentes centros de pesquisa dedicados a temáticas mais específica, e eles podem estar em um departamento (por exemplo, um centro para direitos humanos dentro da faculdade de direito) ou ser interdisciplinares. Esses centros podem inclusive ter financiamento próprio, conseguido a partir de grants ou doações. Nas áreas de tecnologia, são comuns as parcerias entre universidade e empresas.

Diante de tanta variedade, como decidir para onde ir? Eu sugiro focar em duas variáveis: presença de centros de pesquisa focados no tema de sua pesquisa e perfil do/a potencial advisor americano/a.

Se você encontrar um centro de pesquisa em que seu tema é trabalhado, a chance de encontrar uma biblioteca mais focada e atualizada é grande. Além disso, você terá possibilidade de estabelecer diálogo com outros pesquisadores envolvidos com a mesma temática, e de participar de eventos, como palestras e seminários (corriqueiros ao longo do ano acadêmico americano), relacionados com sua pesquisa. Nesses centros aumenta sua chance de encontrar seu/sua potencial advisor americano/a, a pessoa que estará interessada em o/a receber nos EUA e dará apoio acadêmico durante toda a sua estada.

Não há método padrão para conseguir um/a potencial advisor. Há colegas que fizeram o primeiro contato por meio do/a orientador/a no Brasil, que já conhecia o/a professor/a americano/a. Outros enviaram uma mensagem direta demonstrando interesse na pesquisa desenvolvida e foram aceitos. Outra opção é aproveitar conferências ou congressos para se aproximar e comentar seu interesse. Em geral você recebe uma resposta rápida e direta sobre a possibilidade de ser recebido/a. E quanto antes começar a estabelecer o contato, melhor, tanto para ter tempo para trabalhar no projeto a ser desenvolvido durante sua estada nos EUA como para ter tempo de contatar uma outra pessoa, caso a primeira não o/a possa receber.

Por fim, se você puder contatar outro/as doutorando/as que trabalham no centro de pesquisa de seu interesse e/ou com seu/sua potencial advisor, contate! É uma excelente estratégia para obter informações mais precisas sobre seu futuro ambiente de trabalho.

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